quarta-feira, 6 de abril de 2011

Depoimentos de soldados sobreviventes da Primeira Guerra Mundial


  1. "O odor fétido nos penetra garganta a dentro ao chegarmos na nossa nova trincheira, a direita dos Éparges. Chove torrencialmente e nos protegemos com o que tem de lonas e tendas de campanha afiançadas nos muros da trincheira. Ao amanhecer do dia seguinte constatamos estarrecidos que nossas trincheiras estavam feitas sobre um montão de cadáveres e que as lonas que nossos predecessores haviam colocado estavam para ocultar da vista os corpos e restos humanos que ali haviam." - Raymond Naegelen, na região de Champagne .
  2. "Pela manhã, quando ainda está escuro, há um momento de emoção: pela entrada do nosso abrigo precipita-se uma turba de ratos fugitivos, que trepam por toda a parte a longo das paredes. As lâmpadas de algibeira alumiam este túmulo. Toda a gente grita, pragueja e bate nos ratos. Descarregam-se, assim, a raiva e o desespero acumulados durante numerosas horas. As caras estão crispadas, os braços ferem, os animais dão gritos penetrantes e temos dificuldades em parar, pois estávamos prestes a assaltar-nos mutuamente." E. M. Remarque
  3.  "Perdemos todo o sentimento de solidariedade. Mal nos reconhecemos quando a nossa imagem de outrora cai debaixo do nosso olhar de fera perseguida. Somos mortos insensíveis que, por um estratagema e um encantamento perigoso, podemos ainda correr e matar." - E. M. Remarque
  4.  "Secam as fontes e os rios,   ardem as searas e a nossa casa   e as árvores nuas amaldiçoam o céu,   sem sabermos porquê.    Morrem os jovens antes de se amarem   e os poetas com os poemas inacabados   e as crianças olhando espantadas para o céu,   sem saberem porquê.    Um vento noturno deixou insepultos   ventres e seios e desejos de maternidade   nunca realizados,   e secou risos e cantares subindo para o céu,   sem sabermos porquê.    Andam as guerras pelo mundo:   somente possuímos uma voz, uma voz   e essa voz não se calará   e nós sabemos porquê!" Tomaz Kim, Campo de Batalha   

"Viver nas trincheiras é adiar a morte! A morte chegará pelo fogo inimigo, pelos gases tóxicos que asfixiam ou afogam ou pelas doenças que, inevitavelmente, se contrairão nesse inferno de lama!"

Fotos da Primeira Guerra Mundial



quarta-feira, 23 de março de 2011

A Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial foi um conflito internacional que durou de Julho de 1914 a Novembro de 1918 no qual se envolveram países de todos os continentes.
De um lado, os países da Entente, os Aliados. Do outro, os impérios centrais. A Primeira Guerra Mundial, um conflito de proporções nunca antes vistas, apesar de toda a tragédia humana, representou também um grande avanço tecnológico e teve uma intensa atividade de inteligência – a criptologia teve um papel decisivo nas tomadas de decisão e mudou o rumo da História... mas isto é outra história.
Entre os complexos fatores que contribuíram para atear a primeira grande conflagração mundial figura o nacionalismo, o imperialismo econômico, a política de alianças secretas e a corrida armamentista.
Depois que a Alemanha impôs a derrota à França na Guerra Franco-Prussiana de 1870-71, a maioria das nações européias começou a se ocupar com planos para uma próxima guerra, fato tido como inevitável devido às ambições beligerantes dos principais líderes. No caso da França, os planos incluíam a reconquista da Alsácia e da Lorena, ambas perdidas para os alemães na Guerra Franco-Prussiana.
Em geral dá-se grande importância ao Plano Schlieffen da Alemanha e, em menor extensão, ao Plano XVII da França. Porém, é preciso não esquecer o Plano B do império Austro-Húngaro e o Plano 19 da Rússia.

Armas envolvidas e desenvolvidas durante a Primeira Gerra Mundial



Aviões , navios , submarinos,Beretta M18
Browning Automatic Rifle
Gewehr 98
Kropatschek Portuguesa
Lewis (metralhadora)
Madsen (metralhadora)
Mauser C96
Mauser-Vergueiro
Maxim (metralhadora)
Pistola Luger P08
Vickers (metralhadora)
Villar Perosa M15
O Kaiser Wilhelm Geschütz foi um canhão ferroviário de longo alcance criado pelos alemães em 1918, para bombardear Paris. Erroneamente conhecido como Big Bertha (ou Big Berta) (nome de um obuseiro de 420mm utilizado contra Liége), o Kaiser era um projeto ambicioso, que pretendia bombardear um alvo a 115Km de distância da frente alemã (até esta data, o máximo que um obuseiro alcançara foi 95km).

Depois da primeira guerra mundial registrou-se um aperfeiçoamento das táticas defensivas, provocado pela maior eficácia das armas. O fuzil de repetição evoluiu para o automático e surgiu a metralhadora de mão. A melhoria dos carros de combate e veículos mecanizados estimulou o aperfeiçoamento das armas anticarros, entre elas os canhões e as bazucas. A artilharia aumentou extraordináriamente de alcance e precisão, motorizou-se e surgiu a peça autopropulsora. Empregaram-se pela primeira vez foguetes e mísseis teledirigidos.

Antonio, Sarah, Gustavo, Izabella

domingo, 20 de março de 2011

Armas na Primeira Guerra

Texto por Fabiano Onça adaptado por Julia Carolina


A Primeira Guerra Mundial teve uma característica marcante em relação a todas as guerras anteriores: foi um campo inigualável de provas. Ali emergiram novas doutrinas, que perduraram por todo o século 20, como o uso intensivo de granadas, o uso de morteiros para acossar posições fortificadas e o emprego de metralhadoras leves para acompanhar os assaltos da infantaria. Acima de tudo, foi um marco na produção de armas em larga escala, de forma industrial.
Metralhadora Lewis
O que era - Esta metralhadora ligeira, feita para apoiar os pelotões em avanço, foi inventada em 1911 pelo coronel americano Isaac Newton Lewis, autor de várias invenções militares. Entretanto, o Exército americano não foi o primeiro a utilizá-la: a arma passou antes pelos belgas e, principalmente, pelos britânicos, que a usaram extensivamente, até substituírem-na pela Bren.
Por que foi importante - A Lewis tinha uma grande vantagem operacional no campo de batalha: pesava 12,7 kg, metade do peso da metralhadora padrão inglesa, a Vickers. Outra vantagem é que, embora idealmente necessitasse de uma dupla, podia ser operada sozinha. Seu custo de produção era um sexto do da Vickers. Não à toa, a arma passou a ser colocada também em tanques e aviões.
Granada de mão “nº 5”
O que era - Virou um dos maiores ícones da guerra moderna. Projetada por William Mills, em 1915, foi adotada imediatamente pelo Exército britânico. Podia ser tanto arremessada quanto lançada de um rifle, com o auxílio de um “copo” acoplado à boca da arma e o uso de um cartucho vazio para impulsão.
Por que foi importante - Calcula-se que foram produzidas 75 milhões de unidades dessa arma em sua longa existência (permaneceu em uso pelo Exército britânico até 1972). A razão do sucesso estava na sua simplicidade de uso e na eficiência – ela “funcionava” bem, mesmo detonando após longos 7 segundos.
Bombardeiro Gotha G
O que era - Operado por um piloto e dois artilheiros, o germânico Gotha foi um dos primeiros bombardeiros pesados a enfrentar serviço constante durante a Primeira Guerra Mundial.
Por que foi importante - A despeito de sua lentidão, de não conseguir manter o vôo em caso de pane de um dos motores e de sua relativa vulnerabilidade (principalmente contra ataques no ventre), os Gotha inauguraram a era do “terror aéreo”, ao realizar várias sortidas contra Londres. As tropas britânicas também sofreram com seus bombardeios no front. Seus dois motores emitiam um barulho característico, apelidado pelas tropas britânicas de “Gotha hum”.
Morteiro Minenwerfer 7.58 cm
O que era - Um morteiro alemão para uso da infantaria, esta versão entrou em serviço em 1916, junto com seus irmãos “maiores” (calibres de 17 e 25 cm). As rodas eram utilizadas apenas para transporte, sendo retiradas durante o uso.
Por que foi importante - Foi o terror das trincheiras aliadas, uma vez que morteiros eram muito mais eficientes do que canhões na devastação de posições defensivas, por causa da trajetória em parábola do projétil. Seu uso foi consagrado pelos alemães, que tiraram lições da guerra nipo-russa em Port Arthur, 1904. Ali, os alemães perceberam que canhões não faziam grandes estragos em fortificações.
Luger
O que era - Projetada pelo engenheiro austríaco Georg Luger no final do século 19, era uma pistola semi-automática, utilizada pelo oficialato alemão durante a Primeira Guerra. A arma também era empregada por militares que não tinham como portar rifles – como era o caso dos pilotos de aviões.
Por que foi importante - Era uma arma confiável e certeira, fruto do alto padrão de acabamento. No total, foram produzidas mais de 2 milhões de unidades, mas sempre “estava em falta”, dada sua popularidade. Sua fama atravessou as linhas: os soldados aliados tinham um verdadeiro fetiche por esse troféu de guerra.
Julia Carolina